terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Vidas.

A moça espera o rapaz. A mulher molha a grama. A mãe carrega a filha. A madrugada segue fria, pra quem já não se importa mais.

O açogueiro faz seu trabalho. O rapaz da moto para ao lado. O homem apressado com vidros fechados, diz ao pedinte esfomeado que já não tem lhe resta um trocado.

A mulher dedica ao rapaz um beijo. Ele desconsertado sai com sua bicleta. Anda distraído por entre os carros. E o homem apressado lhe atropela.

A mãe tampa os olhos da menina. Ao açogueiro o sangue não lhe faz mais espanto. A moçinha debruça aos prantos. E a polícia impõe ao pobre rapaz, um perpétuo preto manto.

Segue as vidas desse segundo imenso. Desse ir e vir efemêro e eterno. Cada um carregando em si uma vida inteira. Fazendo as linhas da conhecidência trançarem com as do acaso. Caminha-se então nesse caminho misterioso e tortuoso, estreita-se a breve ponte entre a minha e a sua vida. Basta apenas um segundo pra nos perguntarmos: quando começa a sua? E onde termina a minha?

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