terça-feira, 11 de janeiro de 2011

"A vida é como se me batessem com ela" (Fernando Pessoa)

Ela realmente queria alguém neste mundo capaz de entende-la. Compreende-la sem falsos julgamentos. Olhar realmente a silhueta de sua alma e entender seus motivos.Queria um mundo mais justo.Utopias e devaneios.Sua quimera eram grandes de mais para simples mentes carnais pudessem conceber.Soaria infantilidade, inocência, falsa esperança: loucura.Ela sentia o peso, entenda, todos os pesos de cada relacionamento que possuía.Tal pressão e expectativa que ela mesmo deduzia recair sobre ela, a tornava ao mesmo tempo encantadora e frágil. Isso a sufocava de tal maneira que podia sentir o sustentáculo de cada possível decepção acumular entre seu peito e seu pulmão.

Agarrava-se em cada fio, em cada pedaço de si. Ocupava-se cada canto seu, cada memória sua e resguardada em cada sentimento seu para evitar decepções e entregas.E para nunca se esquecer de quem realmente era.Entretanto, muitas vezes e infelizmente se esquecia.

Andando no meio de lugares em que não pertencia, vendo coisas que não queria acreditar, continuava a brilhar mesmo em meio a tanta crueldade. Ela continuava a correr, mesmo querendo parar.A vida precisava mais dela do que ela precisava da vida, pois era como se a própria vida a batesse com ela.

Karine do Prado

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