sexta-feira, 11 de maio de 2012

Tempo

O que fizeram com os meus dias? Com essas destras horas e cada ínfimo minuto que ela continha?
Quem deixou os ponteiros girarem tão velozes? Quem espalhou os grãos da ampulheta e os fizeram cair tão depressa? Quem permitiu que luas e sois beijassem a terra tantas vezes assim?
Cadê o tempo que eu contava tão amigável outro dia? Cadê ele que comigo vinha brincar?
O que fizeram do tempo que eu nem fiz questão de reparar? O que fizeram do tempo que não deu tempo, de nem ao menos, amar?
O que fizeram da vida que me deram pra eu ter algum tempo de sonhar? Porque o tempo passou por mim e ninguém fez questão de me contar? Porque cada dia ele segura tão gentilmente em minha mão e todo dia o vejo me deixar?

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Goiânia, 4 de maio de 2012.


Aquela sequência de números mortificados sempre me intrigaram. 
Toda vez que eu coloco uma data em cima da página que escrevo, há um frio. 
Uma lâmina que corta o tempo e prende na memória dizendo: você nunca colocará esses mesmos números outra vez.
Nesse espaço ínfimo do tempo, existe esse pesar, essa reflexão de que cada instante nunca se repetirá outra vez.