quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Digam a todos que estão errados.


Digam a todos que estão errados. Que esse jeito que se divertem, não tem nada a ver com diversão. Que ficar exibindo um copo com alguma bebida na mão não te faz ser mais popular. Que beber muito não é sinal de ser livre. Que muitos amigos não significa não estar sozinho. Que os amigos em suas redes sociais não tem nada a ver com quem são seus amigos reais. Que os lugares que todos vão, não são os lugares melhores pra se ir. Que o que todo mundo faz, não é o melhor pra você. Que aquilo que todo mundo quer, não é o melhor a se querer. Que aquilo que você deseja tanto, não seja necessário e muito menos útil pra você.

Digam a todos que estão errados. Que para se realizar sonhos não é necessário pisar nos outros. Que sucesso na vida, não significa ter dinheiro e uma carreira. Que quando falamos que "estamos" bem, não significa que estamos "ganhando" bem. Que somos mais dignos quando alcançamos as expectativas dos outros e não as nossas. Que pra se ser feliz o dinheiro não conta. Que o que se leva da vida não é o que se tem, mas a quem se tem. Que para ser rico, é preciso deixar tudo. Que para ganhar, é preciso perder. Que para se ter, é preciso doar.

Digam a todos que estão errados. Que esse jeito individualista vai matar todos nós. Que pensar em si mesmo não é o mais importante. Que pensamento positivo nunca acabou com uma briga. Que uma revista não está certa sobre o que é bonito e o que é feio. Que para existir paz não é preciso da guerra. Que para tomar uma atitude não é preciso de outra. Que para se mudar não é preciso um empurrão. Que para ser bonita não é preciso ser magra. Que você não pode fazer nada para mudar o mundo.

sábado, 15 de janeiro de 2011

A gente se acostuma - Pr. José Campanhã

A gente se acostuma a ir à igreja e não ouvir Deus falar. E, por não ouvirmos Deus, fazemos besteiras à semana inteira, o mês inteiro, o ano inteiro. A gente se acostuma a ir a Escola Bíblica e não estudar a lição, e porque não estudamos a lição, também não prestamos atenção. E porque não prestamos atenção usamos o tempo para pensar nas coisas que não deu tempo de pensar na semana corrida que passou.
A gente se acostuma a chegar à igreja e só falar "oi" para as pessoas conhecidas. E, por que não falamos com as desconhecidas, nunca estabelecemos novos relacionamentos. E, porque não estabelecemos novos relacionamentos achamos as pessoas na igreja muito esquisitas. E, porque achamos alguns esquisitos, começamos a falar mal deles. E, porque falamos mal deles, um dia aquele desconhecido vai para outra igreja por que não conseguiu se entrosar conosco.
A gente se acostuma a cantar no coro ou no culto. E, porque a gente se acostuma a cantar, não pensamos mais na letra. E, porque não pensamos mais na letra cantamos até heresia sem achar ruim. A gente se acostuma a tocar instrumento na igreja e, porque a gente se acostuma a tocar ficamos mais preocupados em não errar do que em adorar. E, porque a gente se acostuma a não errar o brilho de tocar perde a graça, e passamos a penas a mexer no instrumento para sair som.
A gente se acostuma com o sermão do pastor. E, porque na gente acostuma com o sermão não faz diferença se na hora do apelo estamos orando ou cochilando. A gente se acostuma a entrar na fila para cumprimentar o pastor, mais é só para ter certeza que ele nos viu na igreja. A gente se acostuma a sentar no mesmo lugar no templo, a entrar e sair pela mesma porta, a estacionar o carro no mesmo lugar. A gente se acostuma a ficar irritado quando um visitante senta em nosso lugar.
A gente se acostuma a carregar a Bíblia. A gente se acostuma a não compartilhar a fé sem que isso cause qualquer incomodo. A gente se acostuma a comer um pedacinho de pão e a tomar um copinho de suco de uma uva uma vez por mês na igreja, e já nem se lembra mais por que precisamos fazer isso sempre. A gente se acostuma a ver umas pessoas serem mergulhadas pelo pastor de vez em quando, numa piscina grande atrás do púlpito e fica torcendo para alguém ter alguma gafe, pra ter histórias engraçadas para contar depois. A gente se acostuma a ouvir fofocas e não exortar o irmão.
A gente se acostuma a orar.E, por que a gente se acostuma a orar nossas orações deixam de ser orações, elas deixam de produzir efeitos em nossas vidas. E, porque a oração e a Bíblia já não tem mais poder sobre nós, nenhum milagre acontece, a igreja parece um clube e o sermão parece uma palestra chata. E nos acostumamos a ser crentes.
A gente se acostuma a ser crentes. E, porque a gente se acostuma a ser crente fica mais fácil deixar a vida passar. A gente se acostuma a entrar em enrascadas, mas é só chamar o pastor. Se ficar doente e for para o hospital, o pastor vai lá orar. No dia do aniversário tem festa surpresa, Casamento, bodas e funeral, não precisamos pagar nada. Da pra fazer turismo em outras cidades e não pagar hotel, ficando na casa dos irmãos. Sempre tem alguma festa na igreja e dá pra economizar uma refeição em casa. Se ficar desempregado é só pedir ajuda que os irmãos arrumam outro emprego.
A gente se acostuma a ser crente, mas Deus não se acostuma com isso. E, porque Deus não se acostuma com o fato da gente ser crente, é que da pra der esperança de pedir a Ele um avivamento para sair dessa vidinha de costumes. E, porque é possível que deus mande um avivamento é que a gente não se deve acostumar com a oração, mais tornar a nossa vida um vida de oração. E também não se acostumar com a Bíblia, coma igreja, como os sermões, com os estudos e com aquilo que vem do céu.
Nós temos costumes e nos acostumamos com eles. Deus tem ações e quando permitimos a Ele agir em nossas vidas, não dá pra se acostumar com isso.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Indiferença.

Talvez o erro, o algo que mais causa a destruição de um ser humano é a indiferença. Talvez indiferença nem esteja nos parâmetros de ser um sentimento, pois nela mesma cabe o não sentir, ela é o próprio não estar. Ser indiferente. Tanto faz. Não me atinge. Não ligo. Não me causa nada.
Talvez a indiferença seja o oposto de ser "ser humano". Uma bactéria, um cachorro vive sua vida, mas é indiferente ao que acontece com o próximo, ao que acontece ao percurso da história.
Talvez indiferença seja o contrário de amor.
Amar é dar a vida por outro. É partilhar, se preocupar e resignação, é amar. Impossível até de definir. Talvez a maior definição esteja em uma pessoa. Na pessoa de Jesus Cristo, que por amar tanto o mundo, eu e você, morreu. Por amor, fez-nos totalmente livres, nos deu vida para que pudéssemos realmente viver.
O que eu me pergunto é que você pode olha-lo sem acreditar, mas ai..você vai ser mais um indiferente.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Siga-me



Bom, não podia deixar de ter um espaço para falar do Siga-me. Segue o texto que escrevi falando um pouco sobre ele:

Por que Siga-me?

"Então, disse Jesus aos seus discipulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me" Mt 16:24

O pedido é simples: Siga-me. Vamos juntos. Nessa estrada que nem todos conhecem, mas que temos grandes pistas. Siga-me. Assim como Jesus pediu aos seus discípulos: Siga-me. Todavia, não descartamos o que antes vem a esse pedido: Toma tua cruz.
Agora, porém, o pedido que parecia simples, implica em algo mais difícil que o ser humano possa suportar: Tomar sua cruz. E talvez a mais ultrajante dos pedidos: Renunciar a si mesmo.
A cruz aqui presente não é a mesma cruz de madeira e material que Jesus Cristo tomou por nós. A cruz é a responsabilidade e aperfeiçoamento que a própria cruz de Cristo tem sob aqueles em quem nela acreditam. Não é um fardo, é submissão. Não é culpa, é libertação. Não é ansiedade, é descanso. Sabendo o quão difícil era tomar aquela cruz de madeira, Jesus outrora já o fez. Sabendo quão difícil era tomar essa cruz de responsabilidade, agora colocou em nossas vidas o que chamamos de amizade: a maior renuncia que outro pode dedicar a outrem.
Queremos que você caminhe junto conosco, pois acreditamos que essa caminhada é a única e ultima caminhada que o ser humano pode fazer. Queremos que você trilhe essa jornada confiante de que somos seres humanos cheios de dúvidas, mas completos na vontade de lutar, conhecer e não ceder. Queremos que você nos siga para que outros possam seguir também, e assim, unirmos forças em prol do amor, da amizade e da resignação.
Mesmo essas palavras não fazerem muito sentido pra você: Siga-me. Você não ira se arrepender.

Quem somos?


Uma comunidade de pessoas imperfeitas, mas perfeitamente apaixonadas pelo convite de Jesus de Nazaré. É gente com problemas de gente que foi surpreendida pelo evangelho da graça. Queremos saber quem foi Jesus, o que ele fez e achamos muito aceitável o desejo de ser parecido com ele.
Nos reunimos para descobrir sobre Jesus e Deus em nossa faculdade, não temos medo da dúvida, ou do questionamento, acreditamos que o verdadeiro amor nos esvazia do medo; e não temos medo de levar Jesus para dentro na nossa universidade e por onde formos. Cremos que ele é parte do que somos, e mais; queremos ser parte do que ele é.
Confira:


http://www.twitter.com/sigameufg

Por que?

Por que você usa essas roupas e age assim? Por que você faz escola? Por que tanto estuda? Aonde quer chegar? Por que corre tanto atrás desses sonhos que impuseram a você? Por que tanto chora, por não superar as expecitativas de quem te vê?

Por que o olhar cansado e sem expressão? Por que a falta de objetivos e de razão? Por que você faz o curso que faz? Por que você crê no que crê? Por que você acha errado olhar pra trás? Se pra frente já existem planos traçados pelos seus pais pra você?

Por que você quer comprar aquela roupa? Por que você quer ir nesse lugar? Será que seus amigos são verdadeiros? Será que eles assim como é, iriam te amar? Por que o medo de sentir? Por que o desejo de fingir? Por que o medo de chorar? Pra que todos te vejam sempre a sorrir?

Por que o medo de ousar? Por que se importar com que os outros irão falar? Por que pensa em desistir? Se é você e só você que pode conseguir? Por que o calar enquanto se pode falar? Por que perguntar se é você que tem as respostas? Por que se omitir mesmo diante do sofrimento de quem mais se gosta?

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Sou tudo o aberto seu Alberto da esquina sou sorriso e dentes e entrelinhas águias ardentes que vooam dentro de mim que sobre pelo chão como passarinhos.Sou asa abertura vou e queda naufrago viagem e mundo. Sou show com gritos sou o silencio dentro do aquário sou o vírgula da frase que movimenta e se esbarra nos trilhos do trem viajando por entre os cata-ventos da emoção. Sou o escancaro mais fechado o dia frio mais quente, o vinho no fundo do copo que você deixou, sou o chá que já esfriou sou o caldo borbulhante intrigante queimando guela abaixo. Sou espada afiada sou moeda que gira no ar e para na mão do ancião e que compra a bala do menino. Sou a bicicleta que sobre os ladrilhos tortuosos mas que levanta as mãos na ladeira. Que fecha os olhos pra não saber onde se pisa mas que tem medo de atravessar a rua. Sou a bebada equilibrista sou o pedinte da rua o andarilho sem sapatos. Sou a mulher caduca no ponto de ônibus sou a louca que ninguém visita sou a moçinha na janela. Sou a sensação do pano sendo rasgado, sou o entulho empilhado na sala de jantar. Sou a palavra que veio em minha boca não falada, sou o sentimento escondido sou o olhar a busca o relance o palmo da mão. Sou contato sou distância. Sou o poeta, o sonhador sou o cabloco do mato o índio vestido para a chuva. Sou a cigana de saia olhando pro céu. Sou o telefonema não atendido a oportunidade travada o arrependimento e o medo. Sou minha mãe meu pai minha amiga, minhas plantas. Sou a lágrima no rosto de quem se ama no rosto de quem sorri ao ver um milagre. Sou a alma da viúva e da órfã da noiva e da futura mãe. Sou de quem puder mas não de quem quiser. Sou pra se sentir por inteiro, sou pra mergulhar, naufragar, pra soltar e deixar ir. Eu por completo eu fluindo e preenchendo esvaindo incompreensível e irredutível. Sou liquido e sólido. Sou. Sou mais que estou. EU.Duas letras, duas,divida, pra mim e pros outros, pra mim e pra Deus, pra mim e pra você.Sou eu, pra ser só. Só eu. Só e eu.

Era uma tarde de outono úmida e quente. O parque estava deserto, contando com algumas poucas pombinhas no chão.Embora não quizesse estar ali, segurar aquela pequena mão e olhar aqueles olhos brilhando a convencia completamente.

- Mãe, eu quero ir na Roda- Gigante.

- Mas filha, você não pode. O que nós conversamos lá em casa? É muito alto pra você. Tem tantos outros brinquedos…

- Mas mãe, o único que eu quero ir é a Roda-Gigante.

-Por que justamente a Roda-Gigante?

Seus olhinhos cor de jabuticaba se elevaram estantaneamente até o céu. Capitando cada pedacinho do brinquedo ao subir o olhar.

- Mãe - fez uma pausa - acho que eu gosto dela porque lá de cima eu me sinto mais perto de casa.

Vidas.

A moça espera o rapaz. A mulher molha a grama. A mãe carrega a filha. A madrugada segue fria, pra quem já não se importa mais.

O açogueiro faz seu trabalho. O rapaz da moto para ao lado. O homem apressado com vidros fechados, diz ao pedinte esfomeado que já não tem lhe resta um trocado.

A mulher dedica ao rapaz um beijo. Ele desconsertado sai com sua bicleta. Anda distraído por entre os carros. E o homem apressado lhe atropela.

A mãe tampa os olhos da menina. Ao açogueiro o sangue não lhe faz mais espanto. A moçinha debruça aos prantos. E a polícia impõe ao pobre rapaz, um perpétuo preto manto.

Segue as vidas desse segundo imenso. Desse ir e vir efemêro e eterno. Cada um carregando em si uma vida inteira. Fazendo as linhas da conhecidência trançarem com as do acaso. Caminha-se então nesse caminho misterioso e tortuoso, estreita-se a breve ponte entre a minha e a sua vida. Basta apenas um segundo pra nos perguntarmos: quando começa a sua? E onde termina a minha?

O que você mais gosta de fazer?

Você gosta de sair? Estar entre amigos? Gosta de momentos marcantes? Vou lhes dizer, embora seja enfadonho e desgastante para vosso precioso tempo, o que realmente gosto de fazer.

Gosto de deitar na cama e por sonhar acordada, meus lábios se movimentarem em uma palestra criada somente pela minha imaginação.

Gosto de cantar e cantando, esquecer que as pessoas podem me ouvir.

Gosto de parar por um segundo e pensar no próprio pensar e assim pensando, me sentir completamente humana.

Gosto de olhar para o espelho e não me reconhecer. Ou me reconhecer de tal modo, até não agüentar tudo aquilo que sou. Pois olhando pro espelho, não há como fugir. Sou eu, apenas eu, de frente pra mim. É nessa hora que percebo em quem venho me transformando e tudo que passei.

Gosto de ouvir meus pais conversarem e assim, poder refletir como eu tenho mais deles do que eu poderia perceber e consentir.

Gosto de congelar imagens e momentos. Fazer com que eles se tornem imponderáveis na minha memória. Para que cada fio, cada emoção, cada cheiro e sentimento sejam eternizados. Para que eu possa voltar sempre, mesmo que a banalidade do momento e a relevância não sejam plausíveis pra um olhar de alguém visto de fora.

Gosto de transformar a noção do tempo e espaço, fazendo com que a sensação mais simples dure horas e fazer então, o mundo girar mais devagar.

Gosto de respirar e sentir o ar entrando e preenchendo todos os cantos possíveis de mim, sentir o sol no meu rosto e com esse calor me acordar e me chamar pra viver.

Gosto dos milésimos segundos antes de dormir, quando caem minhas máscaras e minhas fugas. Pois é nesse momento que planejo pequenas mudanças para o dia seguinte, pra semana que vem, pro novo ano que chegará.

Gosto de escutar uma música e me indagar como todos aqueles timbres e arranjos se unem todos para expressar exatamente aquilo que nunca conseguiria falar.

Gosto de arranhar qualquer instrumento musical na mais vil tentativa de tirar de cada nota o som que meu silêncio e razão insistem em calar. Como se cada nota fizesse parte da construção da minha alma. Alma que nem eu mesmo posso entender.

Gosto de escrever na esperança de que meus pensamentos tão embaraçados se organizem em uma maneira mágica para que eu mesma possa me entender. E essa é, talvez, a mais fracassada das tentativas.

Gosto de ler o que eu escrevi, para mergulhar na mais profunda nostalgia, pra sempre me lembrar de quem eu fui e de quem eu sou. Pra ler e reler e ver as mais simples angustias assolando uma mente tão dramática. Pra olhar e se deliciar com as preocupações tão bobas que compartilhei e então rir de mim mesma. E essa é a única boa risada que existe.

Os invisíveis


Eles são extremamente educados. O jeito que foi acolhida e tratada me deixou várias vezes no dia de hoje, sem graça, sem saber explicar. Eles são extremamente limpos, posso sentir o cheiro do perfurme dos vários abraços que recebi ainda impregnada em minha roupa.Eles não roubam, acho que essa é a pior calunia e pior injustiça contra eles. “Nós queremos paz, queremos integrar na sociedade” é o único pedido que ouvi hoje dos vários ciganos que conheci.

Eles moram em barracas, são como os passarinhos. Voam de lugar em lugar. Queria ter essa simplicidade de espirito e me importar menos com minhas fultilidades. Um senhor, que mal sabe escrever seu nome, me ensinou uma das maiores lições da minha vida. Chamou-me a atenção e começou a falar: ” Você prefere comer um prato de feijão com farinha bem devagar, ou comer um prato de carne muito rápido? Pois bem, é assim que nós vivemos nós comemos feijão”. Mal sabia ele que, naquele momento, ele pos em cheque milhares de valores meus. Acho que mais que ninguém eu tenho que aprender a valorizar cada grão de feijão.

Uma mulher, a mais recepitiva que conheci na minha vida, me falou que várias pessoas passam e chamam eles de sem terra. Ora, “podem falar o que quiserem da gente, mas nós compramos o que é nosso”. E você achando que os ciganos sempre viviam de invasão não é? Eu também achava isso. Alias, nunca parei muito para pensar sobre eles. E quem já parou? São tantas coisas pra pensar, tantos planos, tantas festas, tantos amigos. Em questões métricas, não andei muito do centro da cidade pra chegar onde eles estão, mas tenho certeza que andei quilometros e quilometros da distancia social em que nos encontramos.

A verdade é que temos tudo, tudo. Não fazemos ideia do quanto somos abençoados todos os dias. O sonho de muitos ali é ter água encanada, uma luz elétrica, um lugar pra se protejer do frio é escrever pelo menos o nome. Você já agradeceu por isso? Por saber ler o seu nome, por ter um nome?

Hoje eu revi todos os meus conceitos, conheci pessoas tão invisiveis à sociedade, mas que foram extremamente reais pra mim. Uma experiencia que todos deveriam ter. Só conhecendo uma dessas pessoas invisíveis para você se tornal uma pessoa cada vez mais real.

“O que te impressiona?”.

No mundo onde a exeção tornou-se regra, no mundo do exagero e do caos das infinas colisões de informações, onde tudo é tão normal, onde tudo já foi feito e inventado, me deparei com a seguinte pergunta feita em um site de relacionamento: “O que te impressiona?”.

Vou dizer-lhes o que me impressiona:

O que mais me impressiona são pessoas com capacidade de perdoar, mesmo que não fossem delas a culpa. Com capacidade de se superar e com atitude de fazer o que poucos querem fazer. Pessoas que erguem bandeiras e lutam por aquilo que acreditam. Pessoas que se doam as amizades e as causas consideradas totalmente perdidas. Pessoas com capacidade de reflexão e insubordinação ao que todos fazem, ao que todos pensam. Pessoas que dão o primeiro passo sem medo de se machucarem. Que veem beleza nas coisas mais simples, tornado-as inspirações pras mais belas poesias da vida real. Isso sim me impressiona.

Constantemente e insistentemente passa-se pela minha cabeça pensamentos tão repetitivos que tenho que expor- los. O primeiro pensamento veem em minha cabeça em forma de pergunta: Por que eu sou assim? Será que só eu sou assim?. Sei que para qualquer adolescente essa pergunta soaria como uma crise existencialista ou de pertencimento. O mais incrivel é que já passei dessa época e não é por falta de tentar conhecer todas as pessoas e quem sabe fazer um falso julgamento e infundadas conclusões. Tenho observado isso precisamente a 20 anos. Existe em mim uma preocupação, um envolvimento com causas que todos julgam perdidas, sentimentos que as pessoas esqueceram. Não me vejo em ninguém.

O que me entristece profundamente é conformidade incrível das pessoas.Ao nascer todo ser humano tem a capacidade de ser o que quiser, essa esperança é massacrada todos os dias. Há um prazer em ser igual. Até mesmo o diferente e “subversivo” é imposto e seguido a risca. As pessoas simplesmente não estão nem ai. Nem pra aquilo que elas acham mais importante em suas vidas. Não se erguem mais bandeiras.

Não pense que estou a procura de algo que me complete.Não é uma questão de pertencimento. É uma questão de esperança. Será que não existe mais ninguém assim? Com sensibilidade ao menos para pensar nessas coisas? É duro e dificil falar tais termos, mas por enquanto e o que me resta é procurar alguma exceção. Uma exceção é o que eu procuro não pra mim, mas pra humanidade.

Quando Deus chama seu servo.

Texto escrito 10 de fevereiro de 2010

Todos nós já passamos, convivemos, caminhamos, vimos e vivenciamos a morte. Para os cristãos, a morte significa um começo de uma vida eterna na presença de Deus. Mas e para nós, que ficamos? Resta saudade, lágrimas incontáveis, lembranças, o sentimento de poder ter feito mais e a tristeza de ver a falta impossível de ser preenchida. Não sou uma pessoa conformista e sinceramente, a ideia da morte de um parente querido em detrimento a essa grande promessa de Deus não gera em mim conformidade, mas sujeição e paz.

No meio de tantas palavras de consolo e abraços do dia de hoje, Deus me mostrou a história de Enoque. “Ele sempre viveu em comunhão com Deus e um dia desapareceu, pois Deus o levou.” Gn 5:22

Já pensou em viver tanto na presença de Deus, que simplesmente é levado pelo próprio Deus, sem sofrimento, sem dor? Foi assim com Enoque e foi assim com o meu avô. Dois servos. Dois filhos amados do Senhor.

"A vida é como se me batessem com ela" (Fernando Pessoa)

Ela realmente queria alguém neste mundo capaz de entende-la. Compreende-la sem falsos julgamentos. Olhar realmente a silhueta de sua alma e entender seus motivos.Queria um mundo mais justo.Utopias e devaneios.Sua quimera eram grandes de mais para simples mentes carnais pudessem conceber.Soaria infantilidade, inocência, falsa esperança: loucura.Ela sentia o peso, entenda, todos os pesos de cada relacionamento que possuía.Tal pressão e expectativa que ela mesmo deduzia recair sobre ela, a tornava ao mesmo tempo encantadora e frágil. Isso a sufocava de tal maneira que podia sentir o sustentáculo de cada possível decepção acumular entre seu peito e seu pulmão.

Agarrava-se em cada fio, em cada pedaço de si. Ocupava-se cada canto seu, cada memória sua e resguardada em cada sentimento seu para evitar decepções e entregas.E para nunca se esquecer de quem realmente era.Entretanto, muitas vezes e infelizmente se esquecia.

Andando no meio de lugares em que não pertencia, vendo coisas que não queria acreditar, continuava a brilhar mesmo em meio a tanta crueldade. Ela continuava a correr, mesmo querendo parar.A vida precisava mais dela do que ela precisava da vida, pois era como se a própria vida a batesse com ela.

Karine do Prado

Querido Leitor (se é que você realmente existe),

Peço-lhe perdão por estas linhas mal traçadas. Por esse português torto e por essas concordâncias desencontradas. Eu, Karine do Prado, é quem vos escreve nesse espaço cibernético de relevância duvidosa. Por favor, peço-lhe minhas sinceras desculpas e compaixão pela alma dessa escritora fajuta.

O que vocês leram aqui não chegará ao ponto de ser interessante ou lhes causará emoções mais for tes. Não lhes direi o que realmente leram aqui. Deixo-lhes a certeza de que a vida aqui retratada é uma vida pacata para os olhos humanos. Com o desejo de fazer algo estritamente para fins textuais e para escrever sobre assuntos pessoais e diversos, para esse fim que este blog foi criado. Decidi migrar os textos do meu tumblr (http://karinedoprado.tumblr.com/) e deixa-los todos aqui.

Eu suma, o que será escrito aqui é um delírio para aqueles que não conseguem enxergar além do que se pode ver. É loucura para os homens, mas sei que é sabedoria para Deus.